ORIENTAÇÕES PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS – MUNICÍPIOS

Paulo Leal, pós-graduado em Políticas Públicas

CONVÊNIOS E CAPTAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS

Convênio

Os convênios do governo federal com os municípios são instrumentos de cooperação financeira que visam a execução de projetos ou atividades de interesse comum.
Esses acordos permitem a transferência de recursos federais para os municípios, que podem ser utilizados em diversas áreas como saúde, educação, infraestrutura e desenvolvimento social.
A gestão desses convênios é feita por meio de sistemas como o TransfereGov, que proporciona transparência e eficiência na liberação e no acompanhamento dos recursos. Além disso, o Portal da Transparência do Governo Federal oferece uma consulta detalhada desses convênios, permitindo que qualquer cidadão acompanhe a destinação e a aplicação dos fundos públicos.

Partícipes

Os instrumentos jurídicos utilizados nas transferências de recursos orçamentários abrangem concedentes e convenentes, contratantes e contratados, assim definidos:

A origem desses recursos pode ser variada, incluindo órgãos da administração pública federal direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Esses acordos são estabelecidos com o objetivo de realizar projetos, atividades, serviços, aquisição de bens ou eventos que sejam de interesse recíproco entre as partes envolvidas.

As dotações orçamentárias destinadas aos convênios, aos contratos de repasse e aos termos de parceria, são alocadas no Orçamento Geral da União (OGU) de duas maneiras:

Contemplação do município, por meio da proposta do Executivo ou de emenda ao Orçamento da União por deputado federal ou senador.

Grupos de Natureza das Despesas – GNDS:

(GNDs) são categorias utilizadas no orçamento público federal para organizar e classificar as despesas de acordo com suas finalidades. No contexto do orçamento público federal brasileiro, as GNDs permitem uma visão clara de como os recursos estão sendo alocados e quais áreas estão recebendo investimentos.

Por exemplo, algumas das GNDs incluem gastos com pessoal, custeio administrativo, investimentos em infraestrutura, entre outros. Para obter informações detalhadas sobre as GNDs disponíveis e como os recursos estão sendo distribuídos no orçamento público federal, é possível consultar o Portal da Transparência do Governo Federal, que oferece dados atualizados e detalhados sobre o orçamento.

Identifica-se essa previsão pelas seguintes modalidades de destinação-

30 – Governo Estadual
40 – Administração Municipal
50 – Entidade Privada sem fins lucrativos

Os convênios celebrados até 14 de abril de 2008, sujeitam-se às disposições da IN/STN 01, de 1997, e suas alterações. A partir dessa data, as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios, contratos de repasse e termos de cooperação são as dispostas no Decreto 6.170/2007 (com dispositivos alterados ou acrescidos pelos Decretos 6.428/2008, 6.619/2008, 6.497/2008, 7.568/2011, 7.594/2011 e 7.641/2011) e na Portaria Interministerial 127, de 29 de maio de 2008 e suas alterações, dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e do Controle e da Transparência.

A IN/STN 01/97 não mais se aplica aos instrumentos celebrados sob a vigência da nova Portaria, conforme expressamente dispôs a Portaria Interministerial 342, de 5 de novembro de 2008. O Decreto 6.170/2007 também instituiu o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv/ TransfereGov).

O TransfereGov é o sistema informatizado do Governo Federal no qual são registrados todos os atos relativos ao processo de operacionalização das transferências de recursos por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria.

As informações registradas no TransfereGov são abertas à consulta pública na Internet. Com essa ferramenta, a União atinge maior agilidade e menores custos com os procedimentos necessários às transferências voluntárias de recursos federais, garante maior transparência aos atos de gestão, pois o Portal possibilita o acompanhamento pela sociedade de todo o processo, desde a apresentação da proposta pelo interessado até a análise, celebração e liberação de recursos pelo concedente, bem como a prestação de contas on-line da execução física e financeira, pelo convenente.

O início do processo de solicitação de verbas federais para aplicação em Estados e municípios se dá com a identificação das necessidades existentes na comunidade. A partir do conhecimento da realidade socioeconômica local é que se definem as áreas mais carentes que necessitam de maior atenção e ação mais imediata do Poder Público.

Mesmo que o convenente (Distrito Federal, Estado ou município) disponha, em sua estrutura organizacional, de setor específico para a realização de estudos sobre a realidade socioeconômica local, convém ouvir a comunidade por meio de instituições, tais como sindicatos, associações de bairros e ONGs.

Normalmente, as áreas que sempre demandam recursos são educação, saúde, saneamento, construção e recuperação de estradas, abastecimento de água, energia urbana e rural e habitação. A partir da seleção das áreas carentes, o interessado precisa estabelecer uma escala de prioridades dentre as necessidades detectadas.

O projeto a ser implementado deve contemplar a ação mais urgente e eficaz dentro de determinada área carente. A escolha do segmento a ser atingido e do projeto a ser executado devem levar em conta, dentre outros aspectos, o impacto na comunidade, a relação custo-benefício, o valor do projeto e a disponibilidade de recursos próprios para arcar com a contrapartida.

Conhecimento dos programas de governo

Identificadas as carências e as prioridades locais, compete ao interessado buscar, no órgão ou nas entidades apropriadas, os recursos necessários para implementar o projeto desejado. Os recursos disponíveis no Orçamento da União são limitados, sofrem constantes contingenciamentos e estão sujeitos a cortes, segundo prioridades definidas pelo governo federal.
No TransfereGov são disponibilizados pelo Governo Federal todos os programas de transferências voluntárias de todos os órgãos federais com programas passíveis de convênios, contratos de repasse e termos de parceria.
Para consultar programas no TransfereGov, siga os seguintes passos:

Plano de trabalho

A elaboração de um plano de trabalho no SICONV é um processo detalhado e estruturado que requer atenção a vários aspectos importantes. Inicialmente, é essencial entender que o plano de trabalho é um documento que descreve todas as atividades, metas e responsabilidades assumidas pelos participantes de um convênio. Este documento não deve ser genérico, mas sim conter informações claras e sucintas para a identificação precisa do projeto, atividade ou evento proposto.

O plano deve incluir um cronograma físico e de desembolso, um plano de aplicação detalhado, anexos pertinentes, e, se necessário, informações sobre participantes interventores. Além disso, é importante incluir um projeto básico ou termo de referência, que detalhe as especificações técnicas do que será realizado.

Após a elaboração, o plano de trabalho deve ser enviado para análise do concedente, que verificará a conformidade com as normas e a viabilidade do projeto. É fundamental que o plano de trabalho inicial contenha informações básicas que serão expandidas após a apresentação do projeto básico ou termo de referência.A elaboração de um plano de trabalho no SICONV é um processo detalhado e estruturado que requer atenção a vários aspectos importantes. Inicialmente, é essencial entender que o plano de trabalho é um documento que descreve todas as atividades, metas e responsabilidades assumidas pelos participantes de um convênio. Este documento não deve ser genérico, mas sim conter informações claras e sucintas para a identificação precisa do projeto, atividade ou evento proposto.

O plano deve incluir um cronograma físico e de desembolso, um plano de aplicação detalhado, anexos pertinentes, e, se necessário, informações sobre participantes interventores. Além disso, é importante incluir um projeto básico ou termo de referência, que detalhe as especificações técnicas do que será realizado.

Após a elaboração, o plano de trabalho deve ser enviado para análise do concedente, que verificará a conformidade com as normas e a viabilidade do projeto. É fundamental que o plano de trabalho inicial contenha informações básicas que serão expandidas após a apresentação do projeto básico ou termo de referência.

Razões que justifiquem a celebração do instrumento – Justificativa contendo a caracterização dos interesses recíprocos da proponente e do concedente, a relação entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do programa federal e a indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados
Descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente, com definição das etapas ou fases da execução
Previsão de prazo para a execução – Um cronograma de execução do objeto, no respectivo cronograma de desembolso e no plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e da contrapartida financeira do proponente.
Informações relativas à capacidade técnica – Comprovação da capacidade técnica do proponente para a execução do objeto.

Projeto Básico e Termo de Referência Projeto básico – Documento por meio do qual o proponente deve caracterizar precisamente a obra, a instalação ou o serviço objeto do convênio, inclusive quanto sua viabilidade técnica, custo, fases ou etapas e prazos de execução.
Deve ser elaborado com base em estudos técnicos preliminares e assegurar o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento.

O gestor deve atentar para a fidelidade e exatidão das informações contidas no plano de trabalho. Qualquer inexatidão no projeto ou de informações implicará a não-celebração do convênio, motivo pelo qual exigências como previsão de contrapartida, correta contextualização da situação de necessidade, preenchimento adequado dos formulários específicos, apresentação de plano de trabalho consistente e completo devem ser observadas com bastante atenção.

Não Estruturar orçamento realista do objeto programado.
Não se certificar da existência dos recursos de contrapartida.
Metas insuficientemente descritas, quantitativa e qualitativamente.
Projeto básico incompleto e/ou com informações insuficientes.
Ausência de projeto básico.
Falta de comprovação da existência de contrapartida (orçamentária e financeira).

Execução do Convênio

A execução de um convênio é um processo complexo e multifacetado que envolve várias etapas, desde a elaboração de projetos até o acompanhamento e a prestação de contas.

A execução adequada de um convênio requer um planejamento detalhado, que começa com a definição clara dos objetivos e metas a serem alcançados. É fundamental haver uma compreensão profunda do projeto, incluindo seu escopo, cronograma, orçamento e os resultados esperados.

Durante a execução, é essencial que os convenentes sigam as diretrizes estabelecidas no plano de trabalho, o documento norteador de todas as ações a serem implementadas. Este plano deve ser elaborado com precisão, detalhando cada atividade, os recursos necessários e os prazos para sua realização.

A transparência e a comunicação eficaz entre todas as partes envolvidas são cruciais para o sucesso do convênio. Isso inclui a manutenção de registros detalhados e a realização de relatórios periódicos que demonstrem o progresso das atividades e a correta aplicação dos recursos.

Além disso, a execução de um convênio exige o cumprimento de normativas legais e regulamentações específicas, que podem variar dependendo da natureza do convênio e dos órgãos envolvidos. No Transferegov, é necessário seguir um conjunto de procedimentos para a execução do convênio, que inclui processos de compra, contrato, liquidação, pagamento e ingresso de recursos, bem como a elaboração de relatórios de execução.

Outro aspecto importante é a fiscalização e o controle por parte dos órgãos competentes, como a Controladoria Geral da União (CGU), para assegurar que os recursos estão sendo utilizados conforme o acordado e os objetivos do convênio estão sendo atingidos.

EMPENHO

É o comprometimento de verba orçamentária para fazer face a uma despesa. É ato formal praticado pela autoridade competente – o ordenador de despesas – que cria para o órgão emitente uma obrigação de pagamento futuro que poderá ou não se concretizar.

LIQUIDAÇÃO

Consiste na verificação do direito do credor de receber o valor empenhado, ou parte dele. É nessa fase que são emitidas e conferidas as medições de serviços, as notas fiscais de entrega de material, os recibos de prestação de serviços etc. A partir da comprovação física do recebimento dos bens adquiridos ou da efetiva prestação de serviços contratados é que o gestor procederá ao pagamento da despesa.

PAGAMENTO

É o estágio final de uma despesa. Consiste na ordem bancária no valor correspondente ao produto entregue ou ao serviço prestado. Todos os lançamentos a débito na conta corrente devem corresponder a um comprovante de sua regular liquidação, emitido pelo beneficiário/fornecedor.
Os documentos de despesas (empenhos, medições, notas fiscais, faturas, recibos) devem ser emitidos em nome do convenente e conter o número do convênio, do contrato de repasse ou do termo de parceria a que se referir.

CADASTRAMENTO DE PROPOSTA NO TRANSFEREGOV

Para cadastrar propostas no sistema TransfereGov, é importante seguir um processo detalhado que envolve várias etapas.
Após ter acesso ao sistema, você deve consultar os programas disponíveis que se alinham com a natureza da sua proposta.
O próximo passo é preencher todos os campos obrigatórios no formulário de proposta, que incluem informações detalhadas sobre o projeto, como objetivos, metas, plano de trabalho, orçamento e justificativa.
Após submeter a proposta, é necessário acompanhar a situação da mesma através do sistema. Se a proposta for selecionada para financiamento, haverá etapas adicionais para a formalização do acordo e a implementação do projeto.

Passo a passo para o cadastramento de propostas no TransfereGov:

Acesse o portal do SICONV e faça login com seu CPF e senha.

Na seção de propostas, selecione a opção “Incluir Proposta”.

Insira o código do órgão e o ano do programa ao qual a proposta será submetida.

Preencha as informações requeridas sobre o projeto, incluindo a descrição e os objetivos.

Anexe os documentos necessários, como o projeto de convênio e os termos de referência.

Se necessário, informe os dados sobre a natureza das despesas utilizadas na execução financeira do convênio.

Após preencher todos os campos, revise as informações para garantir que estão corretas.

Submeta a proposta para análise e aguarde a aprovação.

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